segunda-feira, março 31, 2014

[OLHO PARA O MISTÉRIO DA SOMBRA CONHECIDA]


"E vós, ó coisas navais, meus velhos brinquedos de sonho!
Componde fora de mim a minha vida interior"
Álvaro de Campos


Olho para o mistério da sombra conhecida
Fica para trás o navio como mistério parado
No espelho do rio, ao fim da tarde
O dia começa o descanso da pedra
Da  vida marítima, da Distância
De onde se vem, o barco trouxe a névoa
De quem chega, que se dissipa
Numa saudade cumprida, olho
E o meu olhar é inocente
Entre a sombra conhecida, e o mistério
do rumor oleoso do Tejo, tão inocente
que meu olhos não sentem barco nem cais
só a alegria parada do fim da tarde
Por não saber que havia ilhas e grandes mares
Todos ligados entre si porque a Terra é redonda.

30-03-2014

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